Disciplina - Física

Física

20/09/2007

Novo satélite brasileiro é lançado com sucesso

O Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-2B), lançado com sucesso da China, na madrugada desta quarta-feira (19/9), à 0h26 (hora de Brasília), fez sua primeira passagem pelo Brasil por volta das 10h30.

“O lançamento foi um sucesso tecnicamente, perfeito”, afirmou Miguel Henze, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), que se encontra na China. “É uma emoção muito grande. É o resultado de um grande trabalho feito por brasileiros e chineses. Estamos todos muito orgulhosos”, disse Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), também presente no Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan.

Segundo o Inpe, o foguete chinês Longa Marcha 4B cumpriu perfeitamente todas as etapas previstas para colocação do satélite em órbita. O tempo total de vôo até a injeção do CBERS em órbita foi de 12,5 minutos.

O CBERS-2B foi lançado com os transmissores ligados, permitindo que a estação de rastreio de Nanning, na China, mantivesse contato com o veículo desde antes da separação do último estágio do veículo lançador até aproximadamente um minuto e meio após a abertura dos painéis solares, que ocorreu cerca de 14 minutos após o lançamento.

O satélite se encontra a 740 quilômetros de Terra, mas será elevado nos próximos dias a 778 quilômetros, para a mesma órbita do satélite CBERS-2, lançado em 2003. Somente após essa operação terá início a aquisição de imagens, o que deve levar em torno de quatro dias.

Segundo a AEB, o satélite será colocado na mesma órbita e em oposição ao CBERS-2. Essa sincronização permitirá uma maior rapidez na obtenção das imagens da Câmara Imageadora de Média Resolução (CCD), uma vez que um satélite sozinho leva 26 dias para registrar a imagem de um mesmo lugar.

Das três câmeras do satélite, a CCD é a principal, responsável pela obtenção de imagens de 113 quilômetros de largura e 20 metros de resolução. O satélite leva também uma câmara HRC de alta resolução e a Câmara de Largo Campo de Visada (WFI), para fazer imagens de 890 quilômetros de largura e 250 metros de resolução.

As imagens do CBERS são empregadas, entre outros, no Programa de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe. Os dados do satélite são usados por instituições como Petrobras, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agência Nacional de Águas e Serviço de Proteção da Amazônia (Sipam).

O Programa CBERS é desenvolvido pelo Inpe e pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast), sob a supervisão das agências espaciais do Brasil e da China.

De acordo com o Inpe, o programa CBERS é um exemplo bem-sucedido de cooperação Sul-Sul em matéria de alta tecnologia e é um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China. O CBERS é hoje um dos principais programas de sensoriamento remoto em todo o mundo, ao lado do norte-americano Landsat, do francês Spot e do indiano ResourceSat.

Mais informações: www.cbers.inpe.br

Agência FAPESP

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